Vendas de Automóveis em Agosto. BMW e Mercedes dominam as vendas dos eléctricos.

Agosto é um mês tipicamente lento na venda de automóveis, e num ano que já se libertou da Covid-19 não foi muito diferente. As 12800 unidades vendidas em agosto correspondem a uma quebra de quase 30% face a julho, o que até nem é um resultado muito diferente das tendências dos anos não covid.

Curiosamente, e como se tem vindo a repetir, esta redução de vendas não se verificou em todas as motorizações nem marcas. Mas vamos primeiro às motorizações.

Os veículos exclusivamente a gasolina sofreram uma redução de mais de 30% para as 4780 unidades, o que corresponde ao terceiro valor mais baixo do ano, mas ainda assim acima de qualquer mês de vendas dos veículos a gasóleo. Estes, viram também as vendas baixarem para as 3440 unidades, uma redução de cerca de 20%. É de notar que as vendas dos veículos a gasóleo são sustentadas em quase 50% em ligeiros comerciais, cujas vendas não são tão afectadas pelas sazonalidade.

Do lado das motorizações em novas tecnologias, apenas de salientar os veículos híbridos, cujas vendas subiram para as 1890 unidades, o que corresponde ao valor mais alto deste ano, e ao segundo melhor mês de sempre (logo a seguir a Junho de 2021).

Olhando para os valores relativos das vendas, é de salientar que este mês correspondeu à maior quebra de quota de mercado dos veículos a gasolina, o que na realidade corresponde à sazonalidade desde mercado, tipicamente de gama mais baixa. É ainda de relevar, como se irá ver mais abaixo, que de facto, as marcas de gama alta estão a abandonar estas motorizações, tal como já tinham começado a fazer com as motorizações a gasóleo.

É curioso como as motorizações a gasóleo encontraram um patamar de estabilidade, em torno dos 27%, valor que têm mantido consistentemente desde Março.

As motorizações electrificadas, como é típico das gamas mais altas, viram a quota de mercado aumentar ligeiramente, para os 9.5% dos BEVs e 7.6% dos PHEV, somando 17% do mercado.

Uma das novidades deste mês é a quota dos veículos híbridos, que disparou para os 15%, valor que corresponde ao mais elevado desde que há registos. Há bastante tempo que se vêm teorizando que estas motorizações vieram substituir as motorizações a gasolina, e de facto tal parece estar a materializar-se.

De resto, no que diz respeito a grandes movimentos no mercado não há mais nada de relevante a registar, incluindo a sempre contínua mas agora lenta redução da quota de mercado dos veículos com motores a combustão interna.

Vendas de veículos eléctricos por marca

Aquelas que são as grandes novidades deste mês vêem da tabela de liderança dos veículos exclusivamente eléctricos. Num mês em que o total de vendas não sofreu um movimento significativo, as quotas de vendas deste mercado sofreram.

Em primeiro lugar, temos no topo uma novidade: a BMW, com 164 unidades. Um valor que não corresponde a um record da marca, como aconteceu em Março com 224, mas devido à descida das vendas dos concorrentes, toma o primeiro lugar do pódio.

Em segundo lugar, outra novidade, a Mercedes, com 120 unidades. Também não se tratou do melhor mês da marca, mas o 3º melhor mês, a apenas 4 unidades do melhor.

Assim sendo, estas marcas alemãs chegam ao topo apenas por manterem as vendas estáveis.

No último lugar do pódio temos a Tesla, com uma subida ligeira face ao mesmo mês do ano passado, seguida pela Peugeot, com 104 e 91 unidades respectivamente.

Curiosamente, em quinto lugar temos a Opel, o que corresponde à melhor posição do fabricante neste mercado.

De resto, é de salientar as posição de fabricantes como a Cupra, com a disponibilidade dos modelos Born, e da Dacia, com o seu modelo de baixo custo.

Em sentido oposto, as vendas da Nissan e da Renault eclipsaram-se, estando agora relegados para o fundo da tabela. Tal continuará até que os novos modelos que ambos os fabricantes prometeram estejam disponíveis para entrega.

Na globalidade do ano, as alterações são muito menos significativas, e trava-se uma luta pelo primeiro lugar, onde a Tesla lidera por 1 unidade à frente da Peugeot.

Ainda assim, encontramos a BMW e a Mercedes na terceira e quarta posições, respectivamente, fruto de vendas incrivelmente estáveis ao longo do ano.

Se nos afastarmos uns passos dos valores, conseguimos no entanto verificar como o grupo PSA continua a dominar as vendas, com as 670 unidades da DS e o 6ª lugar, que somando às da Peugeot dominam de longe as vendas.