Vendas de automóveis em Julho. Grupo PSA domina novamente o mercado eléctrico
A segunda metade do ano é sempre muito diferente da primeira no que diz respeito às vendas de automóveis. As marcas começam a fazer contas aos objetivos de vendas, e quando as coisas não estão a correr segundo o plano, começam a oferecer descontos. Ou quando as coisas já estão a correr bem, a cortar nesses descontos. Uma coisa é recorrente, à medida que se aproxima do final do ano, o mercado move-se para as gamas de preços mais baixos.
Este ano não parece ser diferente, mas com uma novidade. A falta de componentes que tem assolado a indústria no último ano parece estar a desaparecer, e com isso a oferta de carros de gama mais baixa que tem estado limitada pelas entregas, também. Vamos apresentar os gráficos que mostram este movimento.
Olhando para os números em concreto, Julho foi o segundo melhor mês do ano, logo a seguir a Junho, com mais de 16 mil unidades vendidas, o que representou uma redução de menos de 10%. Esta redução foi visível em todas as motorizações, mas nenhuma sofreu reduções muito significativas.
As motorizações a gasolina continuam a dominar o mercado, com mais de 6828 unidades, menos 32 que em Junho. As motorizações a diesel mantêm o seguro lugar, mas com uma redução maior, de 15 unidades, para 4499.
As novas motorizações sofreram alterações inferiores a 20 unidades, excerto as puramente eléctricas que tiveram uma redução de 194 unidades, embora esta descida está em linha com a sazonalidade (leia-se, Julho não é um mês de entregas da Tesla).
Como consequência das pequenas variações das vendas, as quotas de mercado também não sofreram variações significativas, embora novos máximos do ano tenham sido atingidos.
As motorizações a gasolina atingiram os 41.7%, o valor mais alto do ano, mas em linha com os valores atingidos de Abril até junho. Já as motorizações a diesel mostraram uma ligeira subida, e acima dos dos mínimos históricos atingidos em Maio, com 27.5%. Ainda assim este valor está muito abaixo dos 34% registados em 2021 ou dos 43% registados em 2020.
Nas restantes motorizações as variações são mínimas, com a excepção dos veículos exclusivamente eléctricos, cuja quota está agora nos 7.9%, com uma descida de mais de 1% face ao mês anterior.
Se compararmos com o mesmo mês do ano anterior, alguma sazonalidade começa a ser aparente, bem como uma transição. Comecemos pela vítima mais comum, as motorizações a diesel, onde com uma quota praticamente 2% abaixo a do ano passado. De facto, a tendência de redução das vendas do diesel continua inexorável.
As outra variações ocorrem nas novas tecnologias, começando pelos veículos exclusivamente eléctricos. Se este mês registou uma redução de vendas, esta redução ocorre todos os anos, por via da calendarização das entregas da Tesla. Ainda assim, o mês de Julho de mostrou uma melhoria de 1.5% face ao ano anterior, em virtude da menor dependência da Tesla para o bolo de vendas destes veículos.
Finalmente, vemos dois movimentos em sentido oposto. Os PHEVs estão mais de 2% abaixo das vendas do ano passado, ao passo que os híbrido subiram em igual valor face ao ano anterior.
A consequência imediata desta sazonalidade, é que apesar da redução no mês, a tendência de longo prazo continua a ser a redução das motorizações a combustão internas, que correspondem agora a 79% do mercado, embora o ritmo de redução esteja agora mais baixo.
Vendas de veículos eléctricos por marca
Olhando apenas para as vendas de veículos eléctricos, Julho foi novamente dominado pela Peugeot, algo que já vem sendo comum sempre que a Tesla não faz entregas significativas, seguida pela Hyundai, ambas as marcas já comuns no topo da tabela.
Não tão habitual, é ver a DS na terceira posição, o que mostra novamente o domínio do grupo PSA neste mercado.
Uma novidade é a Ford na 5ª posição, correspondendo a 87 unidades, o que representa um record de vendas para a marca.
No somatório do ano, a Peugeot recupera o pódio, relegando a Tesla para a segunda posição, tendo ambas as marcas excedendo as 1000 unidades.
Curiosamente, em 3º e 5º lugar encontramos a BMW e a Mercedes, o que mostra como as gamas mas altas estão a apostar neste mercado, e com grande sucesso.
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