Pós Confinamento – Vendas dos carros que se ligam à tomada representam 10% do mercado no primeiro semestre
A Covid-19 trouxe mais alterações no dia-a-dia que apenas as máscaras. As pessoas estão mais em casa, vendas on-line dos hipermercados dispararam, e os carros a gasolina perderam o ritmo do ano passado, segundos os dados de Junho, fornecidos pela ACAP.
Desde de que o diesel-gate fez com que a UE passasse a olhar para o gasóleo como o menino mal comportado da sala, e por consequência, promovesse a subida dos impostos sobre os carros que usam este combustível. Esta subida fez com que no ano passado a venda de carros a diesel tivesse caído abaixo em 2019.
Veio 2020, e as coisas estão a mudar. Os carros a gasolina sofreram uma descida de 8% na quota de mercado, e os diesels recuperaram cerca de 4%. A novidade, é que a soma dos dois motores de combustão interna representa agora 86%, valor que compara com os 90% do ano passado. O que deixa a questão: para onde foram os restantes 14% do mercado?
A resposta é fácil: híbridos e eléctricos.
As vendas dos híbridos estão muito acima dos valores registados em 2019, tendo registado no mês de Junho os valores mais elevados de sempre, mas mesmo assim limitados a 6% em Junho, para um acumulado do ano em 3%.
Já os totalmente eléctricos e plug-ins estão a ter um comportamento mais estável, e de crescimento. Durante o mês de Junho, as vendas dos plugins fixaram-se nos nos 6%, enquanto que as vendas dos totalmente eléctricos ficaram-se pelos 4%. O resultado final, é que tendo chegado a metade do ano, as vendas destes dois propulsores representa agora 10% do mercado, o que representa uma subida de 2% face ao agregado do ano de 2019.
Curiosamente, os modelos electrificados mais vendidos em Portugal diferem significativamente daqueles vendidos com motores de combustão internal. Em primeiro lugar ficou em Volvo com 234 unidades, seguidos dos modelos 330e e 530e da BMW e no último lugar do pódio sobretudo devido ao C250e.
Na tabela dos totalmente eléctricos, a Renault recuperou a liderança que tinha nos motores de combustão, com o Zoe com 107 unidades, seguido dos Peugeot e208 e dos Nissan Leaf. A Tesla quedou-se pela 4ª posição com 54 unidades e a Smart fecha o top5 com 44 unidades.
No entanto é necessário ter algum cuidado com os números do primeiro semestre de 2019, e no seu comportamento para o resto do ano. Em primeiro lugar a produção da Tesla esteve parada durante meses. Sendo que ainda não foram entregues em Portugal quantidades significativas do novo modelo Y.
Por outro lado, há um outro concorrente da Tesla para o segmento do mercado mais relevante: a Volkswagen, e o novo ID.3. Embora estivesse previsto para Abril, as primeiras entregas das primeiras 100 000 unidades está agora prevista para Setembro, o que automaticamente fará mexer os indicadores de vendas dos carros eléctricos.
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