E chegaram os primeiros dados de 2021: A migração de gasolina para os híbridos parece ir a toda a velocidade.

O ano começou em confinamento. Isto faz com que seja impossível fazer uma comparação fiável com o mês de Janeiro do ano passado. De facto, se compararmos o mês de Janeiro de 2020 com o Janeiro de 2021, verificamos uma redução de vendas de 23.9%. Como vem sido habitual, esta redução não se faz de igual modo em todo o mercado.

As motorizações a combustão interna continuam a evoluir de forma diferente. As motorizações a gasolina continham a ver as suas vendas a serem substituídas por versões híbridas. Concretamente, a cota de mercado de Janeiro das motorizações a gasolina, correspondeu ao 4º valor mais baixo desde que existem registos. Por oposição, as motorizações Híbridas a gasolina, atingiram os 11.6% de mercado, o valor mais alto alguma vez registado.

Já no caso das motorizações a gasóleo, a imagem é enganadora. Os 41.2% atingidos em Janeiro poderiam sugerir que não está a sofrer impacto significativo. Na verdade, esta é a segunda cota de mercado mais baixa destas motorizações, pelo menos desde 2010. As vendas desta motorização têm sido muito mais estáveis qualquer outra, o que fez com que mesmo em Março de 2020, as vendas desta motorização tivessem sofrido a menor descida.

A maior surpresa de Janeiro é no entanto, a descida das vendas dos veículos totalmente eléctricos, para apenas 3.5%, um valor que apenas excedeu 2 meses dos últimos 12 meses. E mais uma vez, este valor não é tão de estranhar como seria de supor. Na realidade, os fabricantes foram forçados a antecipar as entregas destes veículos nos últimos dias do ano, de forma a poderem ser contabilizados para o cálculo de poluição da frota, e com isso, escapar das multas da União Europeia. Ora se as entregas foram antecipadas, é apenas natural que as entregas baixem em Janeiro. Vermos como as vendas evoluem com o decorrer da pandemia, e das entregas da Tesla.

Também do lado dos veículos electrificados, os plug-ins viram as suas vendas arrefecerem, depois de vários meses consecutivos de recordes de vendas. Os 8.25% correspondem a uma subida face ao ano de 2020, mas ainda assim longe do 11% atingidos em Dezembro de 2020. Curiosamente, se olharmos para a cota dos veículos electrificados, esta atingiu os 11.74%, um valor bastante aquém dos 18% atingidos em Dezembro, mas acima do valor global de 2020.

Sobre os modelos totalmente eléctricos

Ora, além da antecipação das entregas dos eléctricos dos fabricantes tradicionais, as vendas dos carros totalmente eléctricos também foram afectadas pela falta de entregas da Tesla, cujas entregas são extremamente voláteis, e coincidem a chegada dos barcos que transportam os veículos desde os Estados Unidos, pelo menos até que a mega-fábrica de Berlin esteja operacional. Desta forma, as vendas da Tesla deixaram-na no fundo da tabela, com apenas 15 unidades entregues.

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No topo da tabela temos uma novidade: a Peugeot, com os seus modelos e208 e e2008 agora a liderar a tabela, seguido pelos Zoe da Renault. Ainda e sempre, aparece a Nissan, com o Leaf em terceiro. Continua ser extraordinário, que um dos modelos mais antigos continue presente na pódio das vendas. Nos lugares seguintes aprecem agora marcas como Audi, Volkswagen e Citroen. É curioso, como o ID.3, um dos carros mais vendidos em toda a Europa, quando comparado com qualquer outra motorização não consegue descolar no mercado português.

Vendas de veículos eléctricos por marca. Fonte:ACAP

E por agora é tudo. Vamos ver como o mercado fica no ambiente conturbado da pandemia.