Vendas de veículos de Dezembro – As contas do ano de 2021

E com o final do ano de 2021, temos a apresentar as contas no ano.

Para começar, vamos a totais. Se em 2020 foram vendidos 170.843 veículos ligeiros, em 2021 o volume de vendas aumentou em 2.4% para as 174.951 unidades. Em ambos os casos, este valor corresponde ainda a um valor muito abaixo dos 267.000 em vendidos em 2019.

Mas vamos ao detalhe do ano de 2021. Matematicamente, um ano divide-se em dois semestres, e tal divisão também se aplicou às vendas de automóveis. Na primeira metade do ano, especificamente até Junho, a vendas de veículos a gasolina cresceram todos os meses, até atingir as 9300 unidades num único mês. Mesmo do lado das motorizações a diesel, a primeira metade do ano não foi péssima, tendo atingido uma média em torno das 5000 unidades mensais. Até os veículos híbridos partilharam da mesma sorte, tendo inclusivamente atingido o pico das vendas, também em Junho, de 2300 unidades.

A segunda metade do ano não poderia ser mais diferente. No melhor mês da segunda metade do ano, os veículos a gasolina ficaram-se pelas 6000 unidades, tendo atingido valores da ordem das 3300 unidades. De facto, durante a segunda metade do ano, as motorizações a diesel ultrapassaram as vendas em três desses meses.

Ainda sobre as motorizações a diesel, há outro ponto a ter em conta. Das 6006 unidades diesel vendidas em Dezembro, apenas 2800 foram ligeiros de passageiros. Na verdade, a grande maioria dos veículos ligeiros a diesel são na verdade de mercadorias.

Em sentido oposto andaram as motorizações electrificadas. Depois de uma primeira metade do ano com vendas que ficaram na média do ano 2020, na segunda metade do ano as vendas destes veículos bateram recordes de vendas 3 meses consecutivos, e os 4 melhores meses de sempre.

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Valores absolutos de vendas por tipo de motorização. Fonte: ACAP

Se olharmos para a quota de mercado, o ano de 2021 foi um carrossel de subidas e descidas entre as motorizações a gasolina e gasóleo. De facto, se as motorizações a gasolina atingiram os 43% de quota de mercado em Maio e Junho, correspondendo aos meses de menores quotas das motorizações a gasóleo, terminaram o ano com 28% de quota de mercado. Com uma forma diametralmente inversa, mas com resultados similares, as motorizações a diesel terminaram o ano com 38% de quota.

Curiosamente, todas as restantes motorizações não exclusivamente eléctricas, nomeadamente híbridos e plugin, não sofreram variações significativas, tendo tido variações pouco significativas ao longo de todo o ano, de cerca 2.5%. Isto demonstra como estas motorizações, mesmo as plug-in, são tidas como um passo intermédio entre as motorizações a combustão interna e as exclusivamente eléctricas.

Finalmente, as motorizações exclusivamente eléctricas que começaram o ano com 4.7%, terminaram o ano com 12.4%, correspondendo a um ano onde 9 meses do ano corresponderam a novos máximos de quotas de mercado e/ou de vendas.

Quota de mercado por tipo de motorização. Fonte: ACAP

Comparando 2020 com 2021

Pela primeira vez desde que temos registos, as motorizações a gasóleo perderam a liderança das vendas, tendo descido praticamente 20% das vendas, de 74.000 unidades para as 60.000 unidades. Já as motorizações a gasolina desceram em cerca de 2.5% em 2021, mantendo o volume quando comparado com 2020, com 63.000 unidades. Naturalmente, a quota de mercado das motorizações exclusivamente desceram para os valores anuais mais baixos desde que há registos.

Assim, as motorizações a gasolina perderam 2% de quota para os 36%, enquanto que as motorizações a diesel perderam 9% passado dos 43% para os 34%.

Já as novas tecnologias viram apenas subidas, como seria de esperar. As motorizações híbridas aumentaram as suas vendas em mais de 100%, passando de 9.700 para as 19.000 unidades, tornando-se a 3ª motorização com maiores vendas, o que corresponde a cerca de 11% das vendas totais.

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A 4ª posição essa foi ocupada pelas motorizações plug-in, que passaram das 12.000 unidades para as 16.500 unidades, correspondendo a um crescimento de cerca de 30%. Em 5º lugar, encontramos as motorizações puramente eléctricas, que passar das 8.000 unidades para as 13.000 unidades, para um crescimento de mais de 60%

Vendas de veículos exclusivamente eléctricos por marca

Vendas de veículos eléctricos por marca em Dezembro. Fonte:ACAP

Em Dezembro, pela primeira vez, a Kia ocupou o liderança das vendas, graças às vendas do novo EV6, tendo excedido as 200 unidades. Isto é notável tendo em conta que se trata do modelo mais caro da Kia.

Seguidamente, encontramos os suspeitos do costume: Peugeot e Tesla, com 204 e 161 unidades respectivamente. Fora do pódio encontramos depois a Hyundai, e a Mercedes, ambas com mais de 100 unidades. De destacar o aparecimento da Dacia em 9º lugar, com o seu modelo eléctrico low cost, com 65 unidades.

Vendas de veículos eléctricos por marca em 2021. Fonte:ACAP

Na contabilidade do ano, a Peugeot é a grande campeã, à frente da Tesla, cada delas com mais de 1500 unidades. Seguidamente, encontramos a Nissan, a Hyundai e a Renault, todas com mais de 1000 unidades. É de notar como a Nissan, e especialmente a Renault começam agora a sentir os efeitos da idade dos seus modelos, numa altura que novos modelos aparecem agora uma base semanal.

Finalmente, e para completar o top 10, ficou a Kia, Mercedes, Volkswagen , BMW e Audi. É de facto de espantar o bom resultado da Kia, e o muito mau resultado da Volkswagen, cujos modelos não conseguiram cativar o público Português. Já nas restantes marcas Alemãs, mesmo as do grupo Volkwagen, os veículos exclusivamente eléctricos correspondem agora uma fração já muito significativamente das vendas totais.